Conhecida como oásis do sertão baiano, a Chapada Diamantina abriga as nascentes do Rio Paraguaçu, do Rio Jacuípe e do Rio de Contas, além de outros que brotam dos cumes e seguem seus cursos em lindas cachoeiras e poços de águas ora cristalinas ora amarronzadas. A vegetação predominante da Chapada é campo rupestre, considerada um dos ecossistemas mais ricos do mundo.
A Chapada Diamantina está localizada no centro do estado brasileiro da Bahia, a 425 km de Salvador e a 1.135 km do Distrito Federal. É protegida pelo Parque Nacional da Chapada Diamantina (PNCD), criado em 16 de setembro de 1985, através de decreto federal, e administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O parque abrange uma área de 152 mil hectares distribuída em sete municípios: Andaraí, Ibicoara, Iramaia, Itaetê, Lençóis, Mucugê e Palmeiras.
Inicialmente, viviam na Chapada Diamantina tribos indígenas dos povos Tapuia, Payayá, Guerén, Tupinambá, Cariri e Maracá. Com a chegada dos bandeirantes, em meados do século 16, começou o processo de colonização e ocupação econômica da Chapada Diamantina. O auge da exploração de jazidas e minérios da região aconteceu no início do século 18, quando foi encontrado ouro próximo ao Rio de Contas Pequeno. A exploração do ouro durou quase um século, quando um novo ciclo foi iniciado com a exploração de diamantes. Graças à abundância do mineral, e também à formação geológica, a região passou a se chamar Chapada Diamantina.
Rica em plantas medicinais, a flora da Chapada Diamantina conta com mais de 50 tipos de bromélias, mais de 120 tipos de orquídeas, cactos, begônias, trepadeiras e sempre-vivas. Na fauna, se destaca a diversidade de aves, chegando a quase 300 tipos de espécies. Entre elas, está o beija-flor-gravatinha-vermelha, considerado por especialistas a ave-símbolo da Chapada Diamantina. A Chapada também abriga tamanduás-bandeira, macacos-prego, jaguatiricas, periquitos, papagaios, capivaras, gatos selvagens, inúmeros tipos de cobras, pequenos lagartos, roedores conhecidos como mocós e mamíferos ameaçados de extinção, como a onça-pintada e a suçuarana.
O clima da Chapada Diamantina é caracterizado com estação chuvosa no verão e inverno seco, variando conforme as altitudes e o relevo de cada município. Em cidades como Piatã, que possui o pico mais alto do nordeste brasileiro, e Mucugê, as temperaturas atingem até 10ºC no inverno. Os municípios de Lençóis e Palmeiras podem registrar baixas temperaturas à noite. Mesmo no inverno, durante o dia o sol reina e as temperaturas são em torno de 25ºC a 30ºC
Grande parte do conjunto arquitetônico da Chapada Diamantina foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). As construções chamam atenção pela diversidade e beleza, remetendo aos séculos passados, quando a região viveu os ciclos do ouro e do diamante. Atualmente, certos costumes são reproduzidos em datas específicas, quando acontecem manifestações culturais, normalmente religiosas, heranças das crenças dos garimpeiros ou escravos, como por exemplo a Festa de Senhor dos Passos, realizada em Lençóis de 23 de janeiro a 2 de fevereiro.
A Chapada Diamantina se destaca pela produção de café, especialmente o gourmet, e vem colecionando premiações em concursos de cafés especiais. O microclima da Chapada garante temperaturas mais amenas, fazendo com que o fruto permaneça mais tempo na planta absorvendo ainda mais açúcares e sais minerais.
A Chapada também é a região com maior concentração de produtores de cachaça, sendo Rio de Contas a primeira cidade a produzir cachaça orgânica no Brasil. A “cidade da cachaça”, Abaíra, produz a Cachaça Abaíra, bebida orgânica e artesanal que segue uma receita tradicional há mais de 200 anos. Produzida em alambiques de Abaíra, Jussiape, Mucugê e Piatã, é resultado do trabalho de diversos produtores associados à COOPAMA. A Chapada Diamantina tem investido também na produção artesanal de cervejas, sendo as mais conhecidas da região: Cavalo do Cão, do Vale do Capão-Palmeiras; Sincorá, de Lençóis; Chapada, de Lençóis e Cangaceira, de Mucugê.